quinta-feira, setembro 03, 2009

"Defesa di ferro"


Legítimo representante da tradicional escola uruguaia de zagueiros ao mesmo tempo técnicos na condução da bola e ríspidos (e, porque não, até violentos) na disputa da mesma, Rónald Paolo Montero Iglesias (Montevidéu, 03/09/1971) teve em casa um professor de respeito. Filho de Montero Castillo, volante da Celeste nas Copas de 1970 e 74, herdou deste a raça e vocação "copera".

Não tão alto (1,79m), destacava-se pela rigidez na marcação, não se constrangendo em "matar" as jogadas ao enfrentar atacantes mais gabaritados. Após dar seus primeiros passos no Peñarol, foi para a Itália, contratado pela Atalanta. Ficou quatro anos nos Orobici.

Em 1996, foi para a Juventus e lá fez fama. Formou ao lado do atual técnico bianconero Ciro Ferrara uma dupla de zaga quase inexpugnável, um dos setores de destaque em uma equipe multicampeã.

Fez uma respeitável coleção de títulos: cinco scudettos (um deles, o de 2004/05, depois cassado devido ao lamentável episódio do CalcioCaos), duas Copas da Itália, um mundial (em 1996, diante do River Plate) e várias taças menores. Contudo, não foi tão feliz nas disputas da Liga dos Campeões: o máximo que conseguiu foi ser três vezes vice-campeão, a última delas, em 2003, perdendo um pênalti na decisão contra o Milan do goleiro Dida.

Ficou famoso também pela violência. Tornou-se o recordista de cartões vermelhos na Serie A, com nada menos que 16 expulsões em 13 temporadas. Os adversários o condenavam pela truculência, mas a torcida alvinegra de Turim reverenciava o "Terminator" como símbolo de raça e entrega.

Pela seleção uruguaia é que não foi tão feliz. Coincidindo sua carreira com o início da extrema decadência do futebol charrua, disputou apenas uma Copa do Mundo, em 2002. Em seu último jogo pela Celeste, em 2005, a doída derrota nos pênaltis para a Austrália, que tirou do país a chance de ir ao Mundial da Alemanha.

Também em 2005 encerrou sua longa carreira no futebol italiano, deixando a Juventus após nove temporadas e 186 partidas oficiais disputadas. Passou rapidamente pelo San Lorenzo (ARG), onde foi prejudicado por constantes lesões, e enfim retornou ao Uruguai para defender seu amado Peñarol.

Em 17 de maio de 2007, disputou sua última partida oficial, diante do Danubio. A torcida, que via em Paolo Montero um legítimo representante dentro de campo, lamentou sua despedida. As canelas dos atacantes adversários, estas, puderam enfim descansar aliviadas.

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